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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Nós humanos, como somos

Nós humanos, fazemos experiência com um numero finito e até reduzido de indivíduos, então de acordo com o comportamento desses, concluímos que o comportamento dos outros é idêntico. Assim matamos a individualidade, tudo é generalizado. Nossas tão adoradas leis fazem com que as escolas ensinem a milhares de crianças da mesma forma, como se todas fossem iguais. O pobre professor que deveria ser um mestre, se torna um repetidor de normas, leitor de compêndios.

No tempo de Marco Pólo era possível ouvir em todos os lugares da Europa, sobre o que ele havia visto no oriente, uma das historias dizia, que as mulheres orientais tinham tantos filhos, que necessitavam de muitos seios para amamenta-los, por isto eram como porcas ou cadelas e tinham vários pares de seios. Estas historias eram contadas por pessoas, que sequer conheciam Marco pólo, ou seja, ouviram dizer que os orientais tinham muitos filhos, o que era verdade e a partir dai concluíram que as suas mulheres seriam daquele jeito. É como diz aquela piada, do cientista que estudava o câncer e concluiu que água provocava câncer, já que cem porcento das pessoas que tinham câncer tomavam água. “Nem tudo que parece é”, diz o ditado e o sábio disse: “Há muito mais entre o céu e a terra, do que sonha vossa vã filosofia”.

Como alguém lá em Brasília, pode fazer uma lei que irá atingir as pessoas das favelas cariocas, se ele nunca esteve lá? Ou um cidadão que possui um carro próprio e nunca utilizou transporte coletivo, saber o que é melhor para o usuário desse transporte?

Os chamados “intelectuais” de hoje, são como crianças brincando, não sabem o que estão dizendo. Comentam sobre noticias produzidas, por duas ou três agencias internacionais e nós os chamamos: “formadores de opinião”. Seria tão bom se cada pessoa pudesse decidir a própria vida. As assim chamadas instituições que visam proteger e manter a sociedade (que muitos ousam chamar de civilização), tais como a Policia, as forças armadas, os legisladores e tantos outros, nada mais fazem que impedir crescimento da humanidade. Pois tentam impor às pessoas um só pensamento, uma só atitude e nós sabemos, que o que nos trouxe até aqui foi justamente, o fato de termos as nossas diferenças. Um ancião deve ser respeitado, até mesmo admirado pelo que sabe, mas tendo a certeza de que ninguém sabe tudo, devemos ter consciência, de que uma criança que sabe pouco, pode saber algo que nem o ancião saiba. O mundo antigo era muito mais criativo, porque a individualidade era respeitada.

Olhando daqui de: 3 de fevereiro de 2008, percebo e acredito, que no futuro estas entidades se diluirão. Me parece que elas não poderão mais se sustentar, visto que elas foram alicerçadas no passado, onde tais coisas eram mantidas as custas principalmente, da ocultação de informações, o que já não é possível hoje. No futuro acredito que os humanos não se sentirão incomodados com as diferenças, nem com as preferências individuais. Poderemos ter a raça que for, a aparência que quisermos, cabelo, roupas e até o corpo e ninguém se importará. Uma mulher poderá ter o corpo musculoso e ninguém se importará. Da mesma forma o homem poderá ter o corpo igual ao de uma mulher e ninguém se importará. O casamento não será somente entre um homem e uma mulher, mas entre duas pessoas sejam elas de que sexo for e ninguém se importará. Pois valerá a nossa mente. A nossa consciência. Nossa capacidade. Poderemos ser todos amigos. Veremos que outras pessoas são diferentes de nós, mas nunca, em hipótese alguma, as acharemos inferiores, apenas diferentes. E não será apenas dizer isto mas acreditar, pensar assim, agir assim. Saberemos que todos temos limitações. Ninguém é o fim em si mesmo. Teremos a verdadeira consciência daquela frase: “Quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra”. Um cientista, que depois de muito estudo e conhecimento, de coisas incríveis, ouvirá uma criança com o mesmo respeito, com que ouve um sábio de quem se considera discípulo. Nenhuma doutrina será absoluta.

Um grande filme hoje cultuado por muitos, diz que “o espaço é a fronteira final” e eu sempre acreditei nisso, mas hoje vejo o mundo com outros olhos e tenho certeza de que encontraremos muitas fronteiras pela frente. Mas uma delas, talvez a mais difícil, está dentro de nós. Como será que conseguiremos dominar a nós mesmos? Quando falamos em dominar imaginamos logo a força, mas eu acredito com todas as minhas energias, que nós nos dominaremos pela humildade, pela consciência de que não somos grande coisa, perto do grandioso universo. Pela certeza de que existe e sempre existirá, muita coisa que não conhecemos e que tudo que se apresenta diante de nós é desconhecido e deve ser respeitado, nunca destruído.

Depois destes pensamentos me vem uma pergunta: Por que necessitamos esperar pelo futuro? Pelas gerações vindouras? Se sabemos disto agora, vamos praticar já, eu vivo e deixo que vivam, estou contando com você pra fazer o mesmo. Veja lá em!?


Copyleft © 2008 Sincero Zeferino Filho (OhEremita)

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom dia! Profundo e reflexivo texto. Gostei das abordagens. Compartilho o pensar de que nossas maiores conquistas serão as que vivermos em nossa intimidade. Nossa mais preciosa descoberta será a descoberta de nós mesmos. Não há fronteiras visíveis que impeçam de sonhar. Deixamos de ousar quando criamos limites. Bj poesia