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domingo, 17 de julho de 2011

Cálculo de preços dos serviços (Atualizado)

INTRODUÇÃO

Primeiramente deve-se ter em mente, que quem diz o preço a ser cobrado por um produto ou serviço é o mercado. Não adianta cobrar por um carro popular o preço de um carro de luxo. Pois ninguém comprará. Sendo assim, qual o motivo de se calcular o preço, se no final é o mercado quem vai impor? Simplesmente porque é necessário saber, se cobrando aquele preço de mercado, será possível pagar as despesas e ainda, ter lucro.

Para realizar um trabalho se consome materiais, que são todos os objetos que adquirimos com propósito de utilização nos trabalhos. Também são utilizados serviços de outras pessoas ou empresas. Após isto são adicionadas várias taxas institucionais, inerentes aos produtos/serviços.

Para se calcular o preço, basta saber:

  1. Total de despesas, em determinado período;
  2. Serviços executáveis no mesmo período;
  3. Taxas que compõem o preço final.

Outro detalhe é que fazendo-se uma lista de todas estas despesas e as classificando, será conhecido, ao longo do tempo, quais estão demasiadamente altas ou baixas, para que se possa atuar sobre elas.

Se ao analisar as despesas, for observado que o consumo de combustível está muito alto, muito provavelmente estará havendo muita movimentação para atender aos clientes.

OS DADOS

AS DESPESAS DO PERÍODO

Para se conhecer as despesas de uma organização, deve-se produzir uma lista contendo todas elas, existem inúmeras destas listas mais ou menos padronizadas para cada tipo de negócio, entretanto, dependendo do tipo de negócio e da localização, estas despesas podem ser ligeiramente diferentes. Eis uma lista bem comum:

  1. Salário de todas as pessoas (inclusive do proprietário atuante);
  2. Encargos sobre os salários;
  3. Outras despesas com pessoal;
  4. Materiais diversos;
  5. Materiais de escritório;
  6. Despesas com manutenção e reparos;
  7. Fretes, carretos, motoboy, etc;
  8. Impostos e taxas indiretos;
  9. Depreciações dos equipamentos;
  10. Despesas com veículos;
  11. Despesas com treinamento e desenvolvimento, de pessoal;
  12. Despesas com viagens;
  13. Despesas legais e financeiras;
  14. Despesas com propaganda e marketing;
  15. Leaseng de equipamentos;
  16. Honorários profissionais;
  17. Associações de classe;
  18. Telefones, taxas postais, internet, etc;
  19. Aluguéis;
  20. Seguros diversos;
  21. Outras despesas.

De extrema importância: todas estas despesas e até algumas mais, dependendo do serviço e da localidade, estarão presentes, sempre, seja para um técnico autônomo, uma pequena empresa com alguns técnicos, ou mesmo uma grande empresa. Geralmente se toma como período básico o mês, algumas destas despesas acontecem uma vez a cada mês, como salários e encargos por exemplo, enquanto outras acontecem diariamente, por exemplo: as despesas com veículos.

Resumido, todo o dinheiro gasto na organização deve ter seu valor anotado nesta lista e isto deve ser feito imediatamente após o pagamento. Com a totalização da lista no final do mês se terá o valor total das despesas.

SERVIÇOS EXECUTADOS NO PERÍODO

Um bom método de se conhecer o volume de serviços executáveis em um período é o método da hora trabalhada, neste caso deve-se conhecer o número de horas trabalhadas na organização.

Devem ser somados os tempos, em que aqueles que trabalham executando os serviços, se dedicam a essa atividade. Alguns trabalharão em tempo integral, outros cinco horas por dia, ou duas horas por dia, conforme exista ou não, acumulação de funções, todos estes tempos devem ser somados, para se obter o total de horas trabalhadas na organização, este dado é comumente chamado de: “homem hora”.

TAXAS QUE COMPÕEM O PREÇO FINAL

O preço de qualquer produto ou serviço possui uma série de taxas percentuais que o compõe, além dos custos de materiais e mão de obra. Aqui se considera como taxa, tudo aquilo que é um percentual no preço final, tal como: impostos, lucro, etc.

Cada tipo de serviço ou mesmo filosofia organizacional, faz com que existam, combinações diferentes para as taxas, as mais comuns são:

  1. Impostos;
  2. Comissão;
  3. Lucro.

CÁLCULO

ESCLARECIMENTOS

Uma confusão muito comum que se faz, nos pequenos negócios, é não diferenciar o lucro do salário pago ao proprietário da organização que ocupa um cargo.

Considerando um técnico prestador de serviço como sendo uma organização, já que este possui todas as despesas e obrigações de uma organização, haverá a remuneração pelo cargo e o lucro no final do exercício.

O lucro é uma porcentagem do valor total do serviço, calculado da mesma forma que os impostos. Se houver uma comissão a ser paga, a um vendedor por exemplo, ela será calculada da mesma forma.

Outro detalhe importante é a respeito das horas, que devem ser aquelas efetivamente trabalhadas. É comum usar 160 horas por pessoa por mês, para quem trabalha em tempo integral executando serviços. No caso do dono de uma pequena empresa prestadora de serviços que também trabalha umas três horas por dia, executando serviços nos clientes, serão: 3 horas X 20 dias = 60 horas (20 dias ao mês, também é uma especie de convenção: 4 semanas x 5 dias = 20 dias).

CUSTO DO SERVIÇO

Aqui ainda não se tem o preço a ser cobrado pelo serviço, mas os valores que organização deverá desembolsar para executá-lo.

O custo do serviço nada mais é que o valor das horas despendidas, somado ao valor dos materiais que sejam utilizados, especificamente, neste serviço.

PREÇO FINAL DO SERVIÇO

O preço final é o valor do custo acrescido dos impostos, do percentual de lucro e das demais taxas.

DEMONSTRAÇÃO

Mais detalhadamente, um preço hipotético poderia ter as seguintes taxas:

  1. 10% de impostos;
  2. 5% de comissão;
  3. 10% de lucro.

A soma das taxas é 25%, portanto, o custo que é apurado pelas horas de trabalho, mais os materiais, deve representar os 75% restantes do preço final. Uma maneira usual de calcular o preço é dividir o custo pelo decimal equivalente ao percentual que ele representa (75% em decimal é 0,75). Por exemplo: 10 horas de trabalho, custando R$150,00 por hora, são R$1.500,00 que divididos por 0,75 e são R$2.000,00.

Decompondo o preço final

  1. Preço final 100% =R$2.000,00;
  2. Impostos 10% =R$200,00;
  3. Comissão 5% =R$100,00;
  4. Lucro 10% =R$200,00;
  5. Custo 75% =R$1.500,00.

CONCLUSÃO

No caso do cálculo fornecer um preço acima do preço de mercado, existem duas possibilidades: ou retira-se o Lucro por exemplo (alguns trabalhos podem ser importantes, executá-lo é estratégico, por várias razões que justificam a execução, mesmo não tendo lucro), ou diminuir as despesas (Lembre-se! Tirar os itens de despesas da lista, ou atribuir valores baixos e continuar a tê-los na prática, o levará à falência).

Caso nada disto faça o preço ficar dentro do preço de mercado, aceitar o serviço significará prejuízo.

Por outro lado se o preço fica muito abaixo do preço de mercado, deve-se inicialmente rever os cálculos, persistindo o preço abaixo do mercado, então pode-se oferecer descontos extras, ou ter lucro extra.

Finalmente: pode-se usar a lista de despesas, para distribuir o dinheiro recebido pelo serviços. Assim no final do mês, cada item de despesa terá sua verba reservada.

Copyleft (C) 2011 Sincero Zeferino Filho (OhEremita)

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